Pastor José Alves Feitosa

José Alves Feitosa nasceu na fazenda Umbuzeiro Formoso, Santana do Congo (ou do Cariri), hoje cidade do Congo, desmembrada do município de São João do Cariri, Estado da Paraíba, em 15 de Novembro de 1894. Era filho de João Alves Feitosa e Tereza Alves Feitosa. Do casal nasceram cinco filhos: Antônio, Zeferino, Belino e José.

Converteu-se em 1915, na cidade de Moreno (PE). Em 1918, foi para o Colégio Americano Batista em Recife (PE), onde, em 1919, concluiu o curso Colegial Teológico. Em 1921, é diplomado Bacharel em Ciências e Letras, que corresponde ao atual ensino médio, acrescido do Curso de Filosofia. Em 1922, concluiu o Curso Teológico no Seminário Batista do Norte do Brasil.

Foi consagrado Pastor em 21 de janeiro de 1923, no seu primeiro pastorado na Primeira Igreja Batista de João Pessoa (PB), onde também fundou a Segunda Igreja Batista de João Pessoa. Nessa época, foi também pastor da Primeira Igreja em Itabaiana (PB). Em 1924, foi pastorear a Primeira Igreja Batista de Vitória de Santo Antão (PE), fundando, também, um curso noturno naquela cidade.

Em 1º de maio 1926, começa a desbravar o Sertão pernambucano desembarcando de trem em Arcoverde (PE) antigo Rio Branco. Na época, era uma vila do município de Pesqueira (PE), lugarejo, que era entroncamento de várias cidades do Agreste e Sertão de Pernambuco, como Alagoa de Baixo, hoje Sertânia, Pedra e Buíque, além de Monteiro na Paraíba. Com o trem ali, tornou-se, também, o centro de comunicação com o vasto Sertão pernambucano até as margens do São Francisco e a Cachoeira de Paulo Afonso.

Ali, como dizia ele, assentou a sua tenda, com a esposa Laurinda e os filhos Gerson e Adna, que precederam aos irmãos: Áquila, Ada, Ádna, Élsie, Acza, Nilse, Jasiel, Jeser, Abihail, Jediael, Elsir e Everaldo.

O local era estratégico para começar a evangelizar aquelas regiões agrestina e sertaneja. O progresso da vila e o desenvolvimento do comércio eram de grande futuro. Daí a possibilidade de fundar um trabalho evangélico naquele campo do Sertão pernambucano e dali expandir para as cidades, vilas e fazendas, desbravando o interior. Não tinha sustento nem nenhuma organização que o ajudassem na manutenção do novo trabalho, mesmo assim, não desanimou. Encontrou na vila quatro pessoas já convertidas e muitos moços do comércio, que queriam estudar para melhorar seus conhecimentos literários. Os convertidos ali existentes já haviam alugado uma casa para sua residência, onde devia funcionar a escola. Na mesma sala da escola, fundou uma congregação, principal objetivo da sua ida para o Sertão. Como não tinham nada, os rapazes ofereceram os móveis de uma bancada de um clube de futebol.

Logo o trabalho cresceu, e o povo começou a examinar a Escritura. Um grande movimento originou-se de tal sorte que, em 24 de outubro de 1926, batizou oito pessoas: Cícero Franklin Cordeiro, Severino Henrique de Araújo, Tereza Pacheco, José Ferreira dos Santos, Manoel de Lima, Júlia Ferreira,Emilia Pacheco Santos e Valério Pacheco. Com os irmãos já existentes ali, Aristides Lopes, Abdias Ferreira dos Santos, Manoel Araújo (Santino) e Elisa Santos, fundou, naquele dia, a 1ª Igreja Batista de Rio Branco, com a ajuda do missionário D. L. Hamilton e do Pastor José Vital de Freitas. Foi um acontecimento inédito naquela região sertaneja.

A partir de Arcoverde, o Pastor Feitosa, no mesmo ano de 1926, começa a expandir o evangelho para o Sertão pernambucano. Suas primeiras investidas foram na vila de Algodões, município de Sertânia. Incansável, o pioneiro continua abrindo trabalhos e visitando, mensalmente, as cidades de Flores, Floresta do Navio, hoje Floresta em Pernambuco e Monteiro na Paraíba. Vilas, povoações e fazendas, também, foram evangelizadas, como Sorte, Algodões e Tigre, no município de Sertânia (PE) e Samanbaia, município de Custódia (PE). Incansável, na mesma época, abria trabalhos e visitava, também, Pedra e Buíque no Agreste do Estado.

O Pastor José Feitosa foi muito perseguido, inclusive com o perigo de perder a sua própria vida. Vários foram os momentos em que teve que enfrentar os coronéis, bispos, padres e a população católica. Sempre protegido por Deus, nunca desanimou nem deixou de pregar o evangelho de Jesus Cristo. Certa ocasião, em 1927, por exemplo, quando estava em Arcoverde, numa série de conferências realizadas por L. L. Johnson, o Frade Inácio, vindo de Pesqueira a mandado do Bispo D. José, estacionou na porta da casa de oração, batendo em latas, e jogando pedras com uma retaguarda munida de machado, foice, faca, revólver, etc., para uma chacina dos crentes. O Prefeito de Pesqueira Cândido Brito, que estava nas proximidades, ouviu o movimento e contornou a situação, graças ao bom Deus.

Depois de cinco anos em Arcoverde, em 1931, o pioneiro deixa o Sertão e vai para um novo campo, em Alagoas, pastorear a Igreja Batista de Rio Largo.

Em 1932, por motivo de saúde, o Pastor Feitosa deixa o campo de Alagoas e vai para Garanhuns (PE), onde foi Pastor da Igreja Batista durante treze anos. Nessa época, foi também professor do Colégio XV de Novembro naquela cidade.

Em seguida, volta com a família para o Recife, exercendo várias atividades. Foi professor e diretor de alguns colégios importantes do Grande Recife e do Seminário Batista Brasileiro da Convenção Pernambucana,além de pastor de várias igrejas do interior e da capital: Coqueiral, Central e Apipucos; Limoeiro, Malhada e Ponte dos Carvalhos no município de Cabo de Santo Agostinho.

Em 1956, deixa o Recife e vai para o Rio de Janeiro onde fundou duas igrejas em Nova Iguaçu, uma no bairro de Santa Eugênia, onde pastoreou, e outra no Parque Guandu em Engenheiro Pedreira. Logo em seguida, assume o pastorado da Igreja Batista do Flamengo, onde enfrentou vários obstáculos, entre eles, até o despejo do prédio onde a igreja funcionava. No entanto, esse Servo de Deus, com sua fé inabalável, seguiu em frente, vencendo todos os empecilhos para a glória e honra do Nosso Senhor Jesus Cristo.

Em 1976, o pioneiro dos pioneiros, esteve no Nordeste ainda como Pastor da Igreja do Flamengo, com sua esposa, visitando, em João Pessoa, a 1ª Igreja Batista. Lá foi homenageado com sua foto colocada na galeria dos ex-pastores e na Evangélica, antiga 2ª Igreja, onde foi homenageado. Seu nome foi colocado em uma biblioteca iniciante. Esteve, também, em Recife, no Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil e no Colégio Americano Batista.

Pastor José Alves, faleceu no Recife, estando sepultado, juntamente com sua esposa e a filha Acza, no Cemitério Parque das Flores, no Curado.

Biografia baseada no livro do Pastor José Feitosa: Breve História dos Batistas do Brasil-Memórias. Rio de Janeiro: Editora Souza Marques LTDA, 1978, 247 p.



Texto:Ebis e Eliam (os autores solicitam maiores informações após 1976, para concluir a biografia).

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