Pastor Ângelo Lopes Filho

Ângelo Lopes Filho, nasceu no Sítio Cabeça de Vaca, município de Salgueiro-Pe, em 03 de dezembro de 1923. Foi o quinto filho de uma família de dez irmãos do agricultor Ângelo Vitorino da Silva e Mariana Bertulina de Jesus. Ângelo sempre foi um bom filho e muito voltado para a ajuda da família. Tinha comportamento correto e muito cedo começou trabalhar na agricultura para ajudar o pai, pois pelas condições da família e as dificuldades da época, foi a opção que lhe restou. Essa trajetória de luta durou até o ano de 1944, quando o sertão foi mais uma vez castigado por uma grande seca e ele juntamente com o pai, tentaram plantar três vezes, mas a seca e a lagarta não permitiram que o legume prosperasse. Na terceira plantação ele disse para a mãe: “se dessa vez não der certo, nunca mais pego no cabo de uma enxada”. Então sua mãe disse: “eu quero ver de que você viver”. Aquela tentativa também não deu certo e a partir de então ele arrumou seus pertences, com apenas 21 anos de idade, e partiu sem destino, em busca de uma condição de vida melhor. Ao sair de Salgueiro, foi para Arcoverde-Pe em busca de emprego, mas as coisas não deram certo ali, então seguiu para Sertânia-Pe e depois para São José do Egito-Pe, mas devido a seca em todo o sertão, não foi possível permanecer naquelas cidades; resolvendo então ir para Campina Grande, na Paraíba. Nessa cidade ele conseguiu emprego e morada na casa de um crente Congregacional, que não tinha filhos e logo passou a gostar muito dele. Sempre que ganhava um dinheirinho mandava para os pais pelo correio. A convivência com aquele casal, o testemunho e a pregação do evangelho, mudou a sua vida, e ele se converteu. Depois da conversão, decidiu voltar para casa, a fim de evangelizar os familiares. Assim, no fim de 1946 ele voltou para Salgueiro. E logo que chegou em casa começou a pregar o evangelho a todos os parentes. Seus pais e irmãos estavam contentes com a sua volta, mas amargurados com a situação dele ser um “nova seita”, como eram chamados os evangélicos na época. Uma das irmãs, Elvira Lopes, que era a mais carola da família, dizia: “meu irmão se mandou de mundo a fora para arranjar uma religião para envergonhar a família”. Ninguém tinha coragem de dizer para ele, pela sua condição de cristão, mas pelas costas ele era o “bode”, vergonha da família. A sua disposição de pregar o evangelho e ler a Bíblia para quem se aproximava, era constante. Em pouco tempo conseguiu levar o evangelista da cidade de Salgueiro para fazer um culto no Sítio Sabino, onde residiam seus pais. Naquela ocasião conseguiu fazer uma festa com muita comida e todos os moradores da vizinhança para assistirem o culto evangélico pela primeira vez na vida. O evangelista Jorge Dias levou várias pessoas da congregação de Salgueiro e também a professora Dorcas Frias para tocar o órgão. Aquela gente nunca tinha visto aquele instrumento. Aquele culto foi uma grande festa e, depois da pregação, Jorge Dias fez o apelo e várias pessoas se converteram, inclusive aquela irmã que dissera que ele tinha entrado numa religião para envergonhar a família. A partir de então a situação foi ficando mais fácil; outros irmãos e parentes foram se convertendo. Naquelas alturas combinou com o pai para fazer uma reforma na casa e ele mesmo tomou a liderança da obra. Ampliou os cômodos da casa e fez a sala da frente bem grande, que durante alguns anos serviu como salão de culto, porque todas as vezes que Dr. LL. Johnson, que era missionário do campo sertanejo, e o Pastor Andrelino Germano Costa, visitavam as igrejas e congregações daquela região, iam até a casa de seus pais para dirigir o culto. Aquela casa, que durante muitos anos abrigou um oratório com muitas imagens e também realizava novenas todos os anos, durante o mês de MAIO, tornou-se uma congregação onde muita gente ouviu o evangelho e aceitou a Cristo como o seu Salvador, especialmente os familiares, pois só dois irmãos mais velhos, que estavam casados e moravam em outa localidade, não se converteram. A decisão de Ângelo Lopes mudou totalmente a sua vida e o destino de parte de seus familiares, entre outras pessoas. Cumprida a missão de evangelizar os parentes e ajudar um pouco a família, teve a informação que em Triunfo-Pe havia uma Escola Bíblica que preparava obreiros para servir a causa. Em 1947 ele partiu para a cidade de Triunfo com o objetivo de se preparar melhor para anunciar o evangelho. Logo que chegou lá, no segundo semestre, consegui uma vaga gratuita para a irmã Elvira Lopes, que era jovem, com seus 17 a 18 anos, para estudar no início de 1948. Em 1950, com o aval do missionário do campo, Dr. LL. Johnson, ele levou a irmã mais nova, Argentina Lopes, para iniciar os estudos também, na Escola Bíblica Serra Verde. Dos irmãos, o último que saiu para estudar foi Otacílio Lopes. Este iniciou os estudos em Triunfo em 1952. Pr. Ângelo concluiu o curso da Escola Bíblica de Triunfo, em 1950. Logo após o término do curso, a Missão o enviou para Petrolina, onde foi consagrado e imediatamente assumiu o pastorado da igreja local, que recentemente havia sido organizada. Em 1952, na cidade de Triunfo, casou-se com Francisca Pereira Lopes que lhe deu 5 filhos. Uma menina que faleceu logo após o nascimento, Ester, Davi, Josias e Edna. No final de 1952 ele deixou a igreja de Petrolina, por determinação da Missão, para assumir o pastorado da Igreja Batista de Salgueiro, mas a sua permanência nessa cidade foi pequena, porque ele recebeu um convite da Bahia para pastorear quatro igrejas no sul da Bahia: a de Itagibá, cidade onde fixou residência, Acaraci, Ibitupã e Riacho da Caatinga, sendo esta uma igrejinha do sítio. A sua permanência no campo baiano foi de quase quatro anos. Mesmo sendo um campo muito bom para o trabalho e para os obreiros, em 1957 decidiu ir para Recife, a fim de continuar os estudos, no Colégio Americano Batista, e depois no Seminário Teológico. O sonho de continuar os estudos era muito bom, mas, no momento, não deu certo porque ele já tinha família e era necessário se manter no Colégio Americano e também manter a família. Logo que chegou no Recife, foi convidado para pastorear a Segunda Igreja Batista de Carpina. Assumiu o pastorado e providenciou casa para residência da família. Só que ele, por conta dos estudos, tinha que passar a semana no Recife, só podia ir para casa nos finais de semana. Diante das dificuldades do momento, no fim do mesmo ano de 1957, ele convidado para organizar uma igreja juntamente com a Missionária do Campo e professora Ida Freitas, em Teresina-Pi. Em 1958 a igreja foi organizada com o nome de Igreja Batista da Catarina e Ângelo foi o seu primeiro pastor. Em 1960 ele deixou Teresina e foi para Anápolis em Goiás, onde assumiu a Capelania do Hospital Evangélico daquela cidade, por quase um ano. Posteriormente, foi para Itumbiara, onde abriu uma escola de datilografia, permanecendo por mais de três anos naquela cidade. Em 1964 fixou residência em Brasília onde assumiu o pastorado da Igreja do Gama Leste e também implantou sua escola de datilografia. Pastoreou a igreja por quase dois anos, depois foi pastorear a Igreja Sião, onde conseguiu com a igreja, adquirir uma propriedade que hoje vale uma pequena fortuna. A igreja hoje reconhece esse mérito da sua iniciativa e coragem. Por motivo de algumas incompreensões, resolveu deixar a Igreja Sião. Em seguida organizou a Igreja Batista Monte Hermon, em Taguatinga-Df, pastoreando a igreja até a década de 90. Graças ao nosso Bom Deus, o Pr. Ângelo encontra-se ainda em Taguatinga. Texto: Argentina Lopes.

Trabalho Missionário

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Igreja Batista de Salgueiro no Sertão de Pernambuco, onde o destemido pioneiro Manoel Neto trabalhou como evangelista em 1957.
Igreja Batista em Cabrobó (PE), onde Manoel Neto e o Pastor João Camilo, realizaram um grande trabalho missionário.
Igreja Batista de Carreiro de Pedras no interior de Cabrobó (PE), igreja histórica do Sertão, onde o então evangelista Manoel Neto trabalhou juntamente com o Pastor João Camilo.
Igreja Batista de Barra, Distrito de Flores (PE), onde Manoel Neto trabalhou como evangelista.
Igreja Batista de Triunfo (PE). Igreja que consagrou Manoel Neto como pastor e onde o pioneiro realizou um grande trabalho missionário durante dezesseis anos.
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